A Instituição
Respostas Sociais
Lar do Convento
Actividade Cientifica
Noticias
Projectos
Contactos
fnse.pt / A Instituição / História Institucional
História Institucional
.

I _ Apresentação

A vida e a obra da Fundação Nossa Senhora da Esperança, são assuntos que pela sua complexidade e multiplicidade de aspectos, podem ser considerados e desenvolvidos a partir dos mais diversos pontos de abordagem: o cultural, o religioso, o nacional, o social. Todos se ligam e se condicionam reciprocamente, para formar um quadro fascinante por sua densidade humana, suas contradições, seu vasto alcance na história da Vila de Castelo de Vide e de Portugal.
Quando João Diogo Juzarte de Sequeira e Sameiro, natural da Vila de Castelo de Vide, um plano se delineou em seu espírito, institui em 20 de Julho de 1863, debaixo da invocação de Nossa Senhora da Esperança, o Asilo dos Cegos, a primeira instituição desse género em Portugal.
É Ainda, a "Esperança", e nessa altura, a única esperança dos deficientes visuais portugueses.
O Sr. João Diogo Juzarte de Sequeira e Sameiro, nascido em Castelo de Vide no ano 1792, não era apenas um homem de seu tempo: pode-se dizer que, adiantando-se aos acontecimentos, constituía um autêntico construtor de história.
Ao instituir o asilo com 90 contos de reis, compreendeu perfeitamente a complexidade da tarefa a qual se incumbia.
Mas entregar esse projecto nacional de assistência de iniciativa privadamente pensou, e melhor fez os estatutos, que foram aprovados em 25 de Outubro de 1866 e confirmados por Carta Régia em vinte de Novembro do mesmo ano.
Estava aberto o caminho para uma grande obra protagonizada por um altruísta com qualidades excepcionais.
Não coube a João Juzarte de Sequeira e Sameiro colher os frutos amadurecidos pelo seu génio. A morte sobreveio-lhe, a 7 de Agosto de 1865. 
É pois, hoje, a fundação Nossa Senhora da Esperança um símbolo de solidariedade, cooperação, equilíbrio e clareza de princípios vivendo em profundidade a sua ligação com os fundamentos defendidos por seu ilustre instituidor, voltado para a comunidade, dispensando aos seus utentes um sentimento de protecção e bem estar na vida, bafejado pelo social, mas assegurado pela competência da lógica da assistência.
Desde o seu acto de criação, envolvido em princípios éticos e morais, sempre dispensou a maior importância aos valores ligados à generosidade, olhando o passado com veneração e respeito ao legado que herdaram.
É aqui que a Fundação da Nossa Senhora da Esperança fez e continua a fazer a diferença. É uma acção concertada com a assistência Social, por uma nova estratégia de promoção do bem-estar, centrada no desenvolvimento da associação e cooperação.
A vida da Fundação Nossa Senhora da esperança pertence ao domínio da História e do êxito do assistencialismo português, criando um prestígio que se prolonga até hoje.

II _ João Diogo Juzarte de Sequeira e Sameiro _ As realizações e seu espírito

A personagem do benemérito João Diogo Juzarte de Sequeira e Sameiro é uma figura de primeiro plano na história da Fundação Nossa Senhora da Esperança. Antes disso, o que se tem de sua vida são fiapos de informações, como a de Bacharel e formado em direito pela Universidade de Coimbra, casado com D Helena Isabel de Barros Castel Branco Juzarte de Sequeira e Sameiro, nascida na mesma vila em 17 de Janeiro de 1816 e falecida em 20 de Julho de 1862. Pouco se sabe de sua formação, na juventude. E não é muito o que se sabe de seus anos formativos e da sua vida íntima, dos pormenores humanos que dão tanto sabor às biografias dos grandes homens de nossa história.
O grande benemérito castelovidense só adquire a sua verdadeira dimensão no quadro dos magnânimos, quando institui o asilo. 
O nobilíssimo, Sr. João Diogo Juzarte de Sequeira e Sameiro tratou dos mais humildes pormenores ao instituir o asilo até as mais elevadas alçadas. Ele diz como quer que seja administrada a fortuna que lega e prescreve obrigações aos asilados e ao pessoal encarregado do seu tratamento. Estudou tudo mesmo. A ideia central, a noção de finalidade são e expressão genuína de sua vontade, nos estatutos formulados pelo próprio, que constam de cinco capítulos com trinta artigos e são escritos em 7 meias folhas de papel.
Conseguiu vencer pela imaginação de um grande visionário, ligada a realidade, algumas das limitações do país, uma delas era a falta de um apoio ao invisual, e outra, como oferecer-lhe meios para se sentir integrado e útil nesta sociedade.
Profundamente castelovidense, foi nesta vila, na rua de Santo Amaro no edifício da Misericórdia que dá início a esta nobre e grande empreitada convergindo todo um Portugal
O que podemos constatar nestas menções retiradas de actas:  ( ...recolhendo uma menina cega vindo da capital do reino, " da Direcção do Asilo Escola António Feliciano  de Lisboa solicitando a admissão de três cegos de idade de 15 a 17 anos educados naquela escola," desejam interná-los neste asilo para aprenderem a trabalhar na oficina..," pela glória que resultará para este asilo de concorrer para a generalização do ensino mecânico dos cegos , admissão de cegos fora do conselho) acta da 26ª Direcção 25 de Dezembro de 1898)
Tudo isto para dar aos invisuais uma independência, de pensamento e de conduta, prestando-lhes comodidades, e ministrando-lhes, instrução e educação.
Nesta atmosfera se formou a grande preocupação com a educação com muito esmero e paciência. De tudo se ocupou. "o próprio instituidor quem iniciou as rezas que quotidianamente fazem os asilados"(1915 - carta do amanuense José Tomaz Gordo)
Era um homem cristão de memória querida e edificante, preocupou " se com a formação de seus protegidos, primeiro era educa-los, por palavras, no gosto pela piedade e pelas "grandes" coisas pequenas. Ao elaborar os extraordinários estatutos prenunciou no papel o que era para ser feito no futuro. Parecia que o seu propósito era dar aos cegos o que tinha recebido de seus pais e que considerava a herança mais preciosa que podia transmitir-lhes. 
Nem tudo eram flores na vida desta família, uma das causas dos seus sofrimentos foram os problemas que a família teve de enfrentar com uma doença na visão. João Diogo Juzarte de Sequeira e Sameiro acompanhou de perto esse tormento e sentiu na própria carne as dificuldades dos pais e dos irmãos, cuja doença feria a numerosa família. Ao pensar na situação dos irmãos, a tristeza invadia-lhe a alma, mas não se deixou dominar, em lugar disto, a sua grande provação foi socorrer outros seres humanos atingidos pela mesma adversidade, instituindo assim o asilo para invisuais. Seu ideal era ser útil ao próximo, e assim elaborou, com muita sabedoria, os planos futuros para esta instituição

III _ Mas essa História começa mesmo em 1863

Na viragem do século XVI é construído na vila de Castelo de Vide um harmonioso e austero, edifício, o Convento de São Francisco, local onde tudo se imortaliza, possuindo uma enorme força cultural, um dos edifícios mais expressivos na vila.
Os frades franciscanos, pobres e mendicantes, instalam seus conventos nos centros das povoações, eram bastante diferentes dos monges, ao invés de encerrarem em mosteiros devotavam todo o seu tempo ao trabalho de beneficência, à pregação e ao ensino, era a religião harmonizada com as necessidades de um outro mundo.
Os castelovidenses com o aumento da riqueza, o progresso da cultura, a expansão dos interesses seculares e o orgulho da vila próspera conjecturaram a procura de construir um convento e uma nova igreja que exprimisse os ideais de uma nova época, aspirações de um meio social novo.
Não era mais um mosteiro edificado em penhascos solitários, mas sim um convento de franciscanos, com uma nova igreja, a de São Francisco, localizada na vila agora importante. Por doação de Gaspar de Mattos e sua esposa Beatriz de Mattos, assim como, de dinheiros públicos, fundou-se 1585 o convento. Concluíram-se as obras em 1589 e, o povo de toda a comunidade tomou parte da construção e com justa razão o considerava como propriedade cívica. A Câmara Municipal era a sua padroeira, a administração cabia ao povo e à Câmara dos Vereadores. (Pêro que eu e os Pés. Definidores nos pareceu bem conceder o Padroado, a administração do Dito convento ao dito povo e Câmara  e aos senhores vereadores que ora são e serão para sempre, o principal senhorio fr. António Penharanga)  Vivíamos sob o ceptro dos Filipes, período em que Portugal estivera unido à Espanha, e só liberto do jugo espanhol em 1641 com o rei D. João IV.
Os franciscanos ali permaneceram até 1834, quando ocorreu a extinção das ordens religiosas e o convento foi ocupado pelos Ministérios da Fazenda e da Guerra
Não era um simples convento, mas um centro de pregação, desejado pela vila, Castelo de Vide considerava-se em dívida para consigo mesma por não ter um convento. Na igreja realizavam-se os enterramentos até que a partir de 1841 passam a não ser permitidos.
O convento desempenhou um papel importante na vida de Castelo de Vide, a sua palavra e serviços espirituais eram bem vindos para a vida religiosa, a igreja comportava-se como a única capaz de proporcionar a salvação.
Consta que tiveram uma vida cultural privilegiada, em Castelo de Vide alguns clérigos se destacaram: o franciscano Paulino da Estrela capelão da Infanta Catarina de Bragança; O frei Francisco de Castelo de Vide, autro d Estatutos da província da Piedade e Sermão de Santa Isabel. Foi visitador de sua ordem e do seminário de Brancanes, lente de filosofia e de teologia e qualificador do Santo Ofício: frei Bernardino de Castelo de Vide, franciscano como os dois anteriores e como eles dado à escrita nas horas de meditação: Solução de todos os nós da consciência segundo os privilégios Reguladores e a bula da Santa Cruzada; Frei Rafael de Castelo de Vide na missão no Congo e São Tomé.("Distrito de Portalegre" " O burgo na História- Os seus grandes Homens por João António  Gordo)
O património nasce instalado na vila, de qualquer ponto a massa do convento se destaca, era o âmago da vida da comunidade, A zona conventual evolui em dois pisos, desenvolvido em torno do claustro, quadrado, um espaço que transmiti tranquilidade e serenidade. Espaço que assume relacionamentos, onde se dispõem várias dependências necessárias à vida comunitária, é um local de partilha, difundi um sentido de poesia ligado à história. O centro do claustro encerra uma fonte instalada já no século XIX. Outro aspecto muito interessante a ser mencionado é o conjunto de azulejos figurativos na portaria
Muito atraente é a torre de alvenaria que encima a Igreja, é a parte mais destacada do convento no panorama de Castelo de Vide, é evocada por muitos, a saudosa figura do ceguinho no badalejar do sino, no cair das tardes e nos dias festivos.
Como os demais conventos franciscanos um edifício simples, aproximado dos modelos de arquitectura chã, composto por uma igreja de planta longitudinal, sua torre e capela-mor, anexo ao edifício do convento, ligados por três portas, uma à capela-mor, uma ao corpo do templo e outra ao coro-alto. A igreja apresenta uma nave, tipo caixa, um amplo espaço, como um salão e a presença do púlpito, com um transepto e uma parte profunda de acesso ao claustro, junto ao qual se desenvolvem embutido na parede dois confessionários. Há documentação de 1586 com referência à construção de um altar na Igreja do convento de Castelo de Vide semelhante ao da Igreja de São Francisco das Xabregas. A exigência do benemérito, determinando em testamento que o retábulo que doava só fosse assente depois da obra concluída é um dos indicadores que as obras da igreja de São Francisco só foram concluídas mais tarde, provavelmente em 1589 quando se deram por concluídas as obras do Convento. O património foi grandemente dilapidado com a extinção das ordens religiosas em 1834.
O interior da Igreja está muito descaracterizado devido às modificações sucedidas em restaurações realizadas ao longo dos tempos.
Da sua traça primitiva restam-nos o arco triunfal, emoldurado com pinturas afresco com técnica e traços do século XVI, um Cristo em esgrafito, sendo a decoração da interior escassa e com várias alterações estéticas. É na Igreja que se encontra o Túmulo dos instituidores "Non Moriar, sed vivam!" in acta 7 de Junho de 1895 , junto à capela lateral Nossa Senhora da Conceição . (urna de mármore, convidou o canteiro de Portalegre, Augusto Desirat pelo preço de cento e vinte mil réis")
Possui três altares, o mor e dois colaterais, sendo esses últimos adaptados às capelas laterais que envolvem o arco triunfal. Altares importados da antiga igreja do Espírito Santo, caracterizados pela riqueza e qualidade. No ano de 1891 a direcção do asilo, tendo conhecimento de que a igreja do Espírito Santo seria demolida, faz um pedido ao bispo de Portalegre" os altares, sinos e mais ornamentos daquela igreja.
"In Acta Iin 15ª Acta de 1891 bisp de Portalegre que quando se feche a Igreja do Espírito Santo, os altares, sinos e mais ornamentos dessa Igreja sejam todos para a Igreja do asilo.
" autorizada a remoção do santuário da Igreja do espírito Santo, e mobília a ela pertencente.
Importantíssimas e preciosas são as peças de arte sacra deste convento, algumas provenientes das igrejas da vila, de Santa Maria da Deveza, e, também da derrocada igreja do Espírito Santo. Essas estátuas foram restauradas, e enriquecem o espólio da Instituição, e futuramente farão parte do acervo da exposição permanente a inaugurar na igreja / auditório. Será um aspecto de divulgação da cultura local e divulgação de outros aspectos locais da vila herdeira de sua cultura
Citações iIn acta (Concebeu o pensamento de ali colocar as imagens de são João e santa Helena em homenagem aos beneméritos Instituidores do asilo que tiveram aqueles nomes"
Sabe esta direcção que na igreja paroquial Santa Maria da Devesa d'esta vila há imagens deslocadas, como são algumas que, da extinta Igreja Espírito Santo" in acta)
Ao longo de todos estes anos, este edifício estruturado em dois pisos, rés-do-chão e primeiro andar " e com o espaço interior dividido em amplas salas _ sofreu obras de adaptação, tornando-se possível a instalação do Antigo Asilo de Cegos de Castelo de Vide.
Quando em 22 de Outubro de 1867, transfere-se o Asilo de Cegos de Nossa Senhora da Esperança, das antigas casas da Misericórdia na rua Santo Amaro, para o edifício reconstruído do antigo Convento de São Francisco que o asilo adquirira, por compra uma parte, por doação feita por Carlos José Caldeira a outra ( a quem o possuidor Manuel Caetano de Barros entregara essa parte).
Desde 1867, o convento, bem desta Fundação, este espaço prestou-se a servir como Lar de 3ª idade, reaproveitando o espaço do Antigo Asilo até 2006, data em que todos os utentes foram encaminhados para as novas instalações do actual "Lar João Gonçalves Palmeiro Novo"
È pertinente ressaltar que a aquisição do terreno do antigo cemitério do Pangaio anexo ao convento), e da igreja de São Francisco só ocorreu em 1883, in 16ª acta, com a alienação de parte do seu fundo, com um conto de réis para o auxílio da construção do novo cemitério pela Câmara.
Reunidas as condições actuais da Fundação Nossa Senhora da Esperança, ao longo destes dois últimos anos, muitas foram as intervenções, objectivando um programa de requalificação e reestruturação. Encontra-se numa fase de redescoberta do mesmo, numa busca constante de objectivos positivos, com uma nova filosofia patrimonial em que os frutos da requalificação beneficiarão toda a sociedade. Um espaço renovado que já é uma mais valia para a vila de Castelo de Vide, e todo Portugal.

IV _ Um Asilo de Cegos para Portugal

Foi João Diogo Juzarte de Sequeira e Sameiro, natural desta mesma vila, quem deu início a esta nobre e grande empreitada, inaugurando no dia 20 de Julho de 1863, o Asilo de Cegos de Castelo de Vide, debaixo da protecção e invocação de Nossa Senhora da Esperança.
Com o seu dinheiro, 90 contos de reis, proveu e criou a primeira instituição desse género em Portugal, dotado pelo mesmo e por sua sobrinha e esposa D. Helena Isabel de Barros Castel Branco Juzarte de Sequeira e Sameiro, voltado para os cegos sem recursos de ambos os sexos e a todo Portugal.
Seu desejo era um só: acolher invisuais sem recursos, colaborar na sua formação e educação, que mais tarde pudessem integrar-se na sociedade. Foram muitos os que conseguiram formar-se nas letras, na música, graças à ajuda que receberam do asilo.
Essa semente frutificou-se e em breve a ideia do ensino dos cegos era defendida por um outro destacado português, Branco Rodrigues. As necessidades eram muitas num país que começava a se voltar para esta nobre questão. Branco Rodrigues, com enorme dedicação, além de acompanhar e ajudar o asilo viajou ao estrangeiro com o intuito de adquirir formação específica para o ensino dos cegos
A 20 de Novembro de 1866 por "carta régia" são aprovados os estatutos que hão de reger o Asilo para Cegos, que em 20 de Julho de 1863, ainda em vida, o instituidor João Juzarte de Sequeira Sameiro os fez.
Pela sua morte, torna-se o dirigente do Asilo o seu irmão Frei José Godinho Juzarte de Sequeira e Sameiro, que foi o 1º Administrador do Asilo Nossa Senhora da Esperança e Reitor da Congregação do SS Coração de Jesus, que por sua vez, transladou o Asilo para o antigo Convento de São Francisco.
"16 de Novembro de 1802 _ Nasce o Frei José Godinho Juzarte de Sequeira Samero, filho ilustre de Castelo de Vide, de nobre ascendência. Professou na Ordem de São Bernardo, de Alcobaça. Recebeu ordens de presbítero em 1825. Mais tarde em 1865 tomou a direcção do Asilo para cegos que seu benemérito irmão João Diogo havia a pouco na nossa vila."  O CASTELOVIDENSE 12 de Novembro de 1939 " Diogo Salema Cordeiro
Com sua morte em 01 de Julho de 1871 a Congregação dos Escravos do Sagrado Coração de Jesus assume a administração, conforme disposição testamentária do fundador do Asilo. A venerada Confraria dos Escravos do Sagrado Coração de Jesus, instituída em 1736, pelo benemérito Miguel Martins Rôxo na Igreja Santa Maria da Deveza.
Só em 1871, o Asilo entrou em forma regular com subsecção às leis do Reino.
Em 3 de Julho de 1871, o Sr. João Juzarte de Barros Morais Sarmento, toma posse como 1º Presidente, eleito pela Congregação do SSº Coração de Jesus, à votação por escrutínio secreto, conforme disposição testamentária. Abriu-se um novo e também promissor período da instituição que a seguir relatamos.

V _ A Herança de Um Grande Começo

Foram nesta Fundação um total de 74 Voluntários Presidentes do Conselho Administrativo, eleitos pela Congregação do SS Coração de Jesus, à votação por escrutínio secreto, conforme disposição testamentária. Foram pessoas dedicadas, há que justificar as suas acções como etapas no caminho do amadurecimento da instituição, nem sempre bem, mas de adaptação e aceitação das exigências do momento, como o foi, a instituição cristalizou-se numa completa soma de esforços conjugados, compenetrados da sua altíssima missão.
O Asilo de Cegos de Castelo de Vide criou uma grande escola de ensino da música, das letras, da matemática, dos conhecimentos fundamentais. Um prodigioso trabalho, defendeu na época o que faltava a Portugal.
Com uma contemporaneidade perceberam que os cegos acolhidos nos asilos portugueses aprendessem ofícios que lhes permitissem ganhar a vida fora do asilo, independentemente, com o esforço de seu próprio trabalho. Foi de notável sensação o efeito produzido pelo bom nível intelectual dos cegos e cegas.
As actividades profissionais nas oficinas, como no fabrico de escovas, tapetes, cadeiras, canastros eram facultados aos homens. Enquanto à mulher, como numa família da época eram realizados ensinamentos que possibilitavam à mulher adquirir e interiorizar certos comportamentos sociais a ela conferido, eram o trabalho na costura, rendas e habilitando-as também nos vários trabalhos domésticos.
Entre muitas, destacamos as figuras mais caras desta grande obra:
A importância da passagem dos homens pelas instituições não se mede apenas pelas obras materiais que deixaram. Mede-se também pelas atitudes mentais que inspiraram e pela inteligência e pela generosidade de seus propósitos. É impossível falar do Antigo asilo dos Cegos como um centro docente para deficientes visuais e cegos, sem levar em consideração a importância das acções do regente, por treze anos, o Reverendo Padre Severino Diniz Porto. As raízes do ensino nesta instituição foram profundamente plantadas graças à generosidade e determinação deste homem. Em várias actas é citada a gratidão ao grande educador, as suas qualidades eram muitas e nele tudo se combinava, era o pároco, o confessor, o educador, lutando sempre por este nobre ideal dedicado ao Asilo De Cegos de Castelo de Vide.
O Reverendo Padre Severino Diniz Porto, o seu prodigioso trabalho, o primeiro e único professor com vista, que ministra o ensino intelectual e profissional, o Braille, as quatro operações, gramática portuguesa e os conhecimentos fundamentais. Foi o iniciador nesta condição no país, por muitos anos, capelão e regente do Asilo de cegos Nossa senhora da Esperança.
Citações In livro nº. 3 das actas deste asilo -V Ex.ª que desde a fundação, é capelão da instituição, foi que teve a ideia de ensinar as crianças que se encontram neste asilo, preocupado em formar pessoas úteis para elas próprias e para a sociedade. E todo esse grande trabalho tem sido feito sem remuneração. 
Como professou o nosso ilustre Sr. Diogo Salema Cordeiro: _" Foi o regente do Asilo, O Padre Severino Diniz Porto, quem, ao tempo e neste recôndito nordeste do Alentejo, compreendeu isso e melhor soube ver longe, e se devotar gratuitamente e por iniciativa própria a esse exigente desiderato"
.Ilmo. Sr. José Branco Rodrigues _ Filantropo, tiflófilo, pedagogo e tiflólogo, destacado português, nascido numa família de alta burguesia que, defendeu bravamente a ideia do ensino dos cegos no país. 
Com enorme dedicação, associou-se a um grupo formado em Lisboa, com fins idênticos aos seus, e, este conjunto de elite fundou em 1887, em Lisboa, a Associação Promotora de Ensino dos Cegos" (APEC). O sobressaído tiflo-pedagogo, Branco Rodrigues, viajou para o estrangeiro, visitando outros países da Europa, onde eram avançados nesta área de ensino. O intuito era o de adquirir formação específica e aplicá-las no seu país. Maravilhado com os trabalhos já realizados no Asilo dos Cegos de Castelo de Vide acompanhou e ajudou esta instituição
Muito advogou junto ao governo à causa dos cegos, na época, alcançando uma vitóiria junto ao mesmo, conseguindo que se decretasse a semana oficial dos cegos em Portugal. 
Ainda quanto ao antigo asilo, ofereceu para a criação e manutenção de uma oficina / escola os rendimentos com a venda do Jornal dos cegos da sua autoria. o asilo é dotado de uma primeira escola profissional para cegos em Portugal, a "Oficina Branco Rodrigues" que assegurou o desenvolvimento industrial dos cegos. Esta oficina / escola foi financiada por um dos directores, António Repenicado.
Os triunfos obtidos pelo asilo não ficaram por aí, por iniciativa de Branco Rodrigues, os cegos apresentaram-se no Palácio de Cristal no Porto, participaram em Lisboa da comemoração do Centenário da Descoberta da India, da Exposição de 1900, Participações premiadas com grandes louros.
E ainda mais, muito comovido pelas grandes vitórias deste estabelecimento, a que devemos ao ilustre benemérito João Diogo de Juzarte Sequeira e Sameiro, intercedeu junto a sua Alteza, o Rei D. Carlos a fim de obter de Sua Majestade a licença da transferência dos restos mortais da digníssima família dos instituidores para a Igreja do Asilo. 
A grande contribuição de Branco Rodrigues foi robustecer o Asilo de Castelo de Vide como um centro docente em Portugal. Progressivamente, o asilo foi-se dedicando a mais horas à instrução de uma forma memorável. Liam os asilados as melhores obras da literatura universal.
Nesta nobre realização Madame Vitoriana Sigaud Souto, brasileira, filha do médico do Imperador do Brasil, abraçou de alma e coração, ao serviço da causa dos cegos em Portugal. Esta veio a influenciar marcadamente os primeiros passos de Branco Rodrigues devido a experiência adquirida com a sua irmã cega no Brasil
Em 1891, o interno João António da Esperança, foi estudar para Lisboa, no Asilo Escola António Feliciano de Castilho, onde recebeu o ensino tanto intelectual como o da música. Habilitando-se como professor, foi uma glória para este estabelecimento, pois a partir daí o Asilo pode implantar o ensino dos cegos dirigido por uma asilado que passou a ensinar os seus companheiros Nesse período, as direcções do Asilo, empenhadas em consolidar o processo do ensino, fizeram grandes investimentos na compra de instrumentos da escrita em Braille.
Citações  In livro nº 3 de Actas do Asilo: _"O ensino tanto intelectual como de música é dado por dois professores cegos, não teem compêndios, as lições são ditadas pelos professores e  escriptas pelos discípulos, as escriptas vão sendo collecionadas e formam os compêndios."
Fizeram grandes investimentos na compra de instrumentos musicais, a sua "fanfarra" e "orquestra", possuidora de uma rica e memorável colecção de partituras, também, na sua maioria, ofertada ao Asilo por Branco Rodrigues, não só actuavam na Vila como em todo o país. 
A suavidade da "fanfarra" e "Orquestra", era uma grande musicalidade, eram geniais e revelaram génios através de suas autuações. Era uma pequena "fanfarra" ou "orquestra", mas interpretaram grandes clássicos.
Era a "musa" do Alto Alentejo com grande repertório. Conhecida no seu tempo pelas suas qualidades originais e deixou saudades no cenário castelovidense. Os grandes acontecimentos na vila eram abrilhantados pelos músicos do asilo: cerimónias religiosas, espectáculos no Teatro Mousinho da Silveira, Inaugurações, tais como, do asilo do Espírito Santo, da luz eléctrica, da casa do povo, da rede Telefónica, espectáculos cinematográficos, Bailes de máscaras, etc.
A "Coluna de Bronze", hino recuperado do Antigo Asilo de Cegos de Castelo de Vide no arrolamento do espólio em 2009, é a grande herança, tão célebre em outro tempo do asilo, que nos consenti assistirmos à saudade. É da autoria do professor de música dos alunos do Asilo de Nossa Senhora da Esperança, Prof. Marçal, onde dirigia os famosos e requisitados agrupamentos musicais da instituição, a fanfarra e a orquestra. 
Foi um aluno também desta escola, Manuel dos Santos Marques quem fez a letra do referido hino, pessoa dotada para as letras e para a poesia, tendo publicado três livros de versos, um dos quais prefaciado pelo poeta João de Deus. 
Era a música do Asilo dos Cegos da Nossa Senhora da Esperança, na sua ternura e genialidade expressiva, e foi reconhecida em todo Portugal, ficou como uma marca de Castelo de Vide
Também nas ciências o êxito era enorme. Aqui com a interferência de Branco Rodrigues junto ao ministério do Reino foi doado ao Asilo pela Universidade de Coimbra exemplares de zoologia e cartografia, e, animais modelados em pasta dos depósitos do museu da Escola Politécnica de Lisboa, tudo para aqueles que não pudessem ver sentir pelas mãos. Uma conquista de grande importância para o asilo, a colecção ornitológica vinda do museu de Lisboa, ainda mais que temos conhecimento, que exactamente nesta fase da História de Portugal, o rei D. Carlos engrandeceu o conhecimento da fauna ornitológica, fazendo ofertas parciais de sua colecção a instituições.
Resta assinalar, a vinda de Alberto Cosmelli , Este professor de Educação Física, ofereceu ao asilo um tratado de Ginástica que despertou a consciência no sentido de se criar um ginásio e iniciar as aulas de Educação física neste estabelecimento. 
Com tudo isto, tornou-se mais conhecido o trabalho do Asilo, e, com essa divulgação por vários jornais da época, aumentaram significativamente as vendas dos artigos fabricados pelos cegos e cegas. 
Uma enorme onda de donativos acolhera a instituição que contribuíram para a sua robustez económica, muitos legados Barão de Castelo de Paiva, natural do Funchal, de António Germano de Carvalho Ferreira, de Lisboa, de D. Gertrudes da Conceição Caldeira e de Carlos José Caldeira, também de Lisboa, Diamantes de Angola, p. António Mousinho Leote, marquesa de Palmela, Imperador da Áustria, imigrantes brasileiros e muitos outros.

VI _ As Outras Histórias (integração de outras instituições)

A fundação da Fundação Nossa Senhora da Esperança remonta a criação quase simultânea de dois asilos, cada qual levado por seu objectivo.
O primeiro deles o Asilo de Cegos de Castelo de Vide, inaugurado em 20 de Julho 1863, por João Diogo de Juzarte e Sameiro, com um único objectivo de acolher os cegos, seja qual for o seu sexo e idade, que teve em seu curso 3 reformas de estatutos que resultaram também em novas denominações para esta instituição, tais como: Asilo Dr. Sequeira Sameiro em 1912; Asilo de Cegos Nossa Senhora da Esperança em 1970; Fundação Nossa Senhora da Esperança em 1987.
O segundo asilo do Espírito Santo, fundado em dez de Março de mil oitocentos e oitenta e cinco, inaugurado em treze de Maio de 1894, em virtude de disposição testamentária de Dº Maria José Rosa Almeida e seu marido José Almeida Sarzedas, e tem por fim alimentar temporariamente, órfãos menores e infância desvalida do sexo feminino que também em consequência de reformas no seu estatuto e uma anexação tem a sua denominação alterada: Albergue de Inválidos do trabalho anexo ao Asilo do Espírito santo em 1908; Asilo Almeida Sarzedas para órfãs e infância desvalida e Albergue de inválidos do trabalho em 1912.
De qualquer forma, é particularmente significativo, para compreensão da origem e processo histórico da Fundação Nossa Senhora da Esperança, o fato de que, no ideário de João Diogo de Juzarte e Sameiro, a quem é, difícil de negar o papel principal responsável pela formação da consciência assistencial de carácter tiflológico associada à noção de solidariedade desta instituição.
Em 1965 um novo factor altera o caminho da situação do Asilo de Cegos. A questão em jogo era as péssimas condições e dificuldades do asilo Almeida e Sarzedas. Entre os muitos planos propostos, o Asilo de Cegos se compromete, a título provisório, a assistir os inválidos, quanto ao internamento e alimentação, responsabilizando-se o asilo Almeida Sarzedas pelo pagamento mensal das despesas "per captas". Era o Caminho traçado para um novo desdobramento, com reuniões das direcções dos dois asilos no acerto da integração destas duas instituições.
Entretanto na década seguinte, após uma visita ao asilo do Director Geral da Assistência a situação muda. O progresso económico era considerável, paralelamente, porém, tem curso numerosas reformas de estrutura que alteram muito a vida da instituição. Em Agosto de 1969 por determinação do Sr. Director Geral da Assistência saem as irmãs do asilo, na medida em que acusa a instituição de inoperância e ineficácia como centro de educação ou reeducação de cegos.
Ainda, prosseguindo nas reformas, com a necessidade de se alterar os estatutos, na medida em que já estava extinta a Congregação de Escravos do Sagrado Coração de Jesus, passando, segundo o estatuíto pelo fundador, a Santa Casa de Misericórdia a promover a reunião da Assembleia-geral que elegerá os novos directores 
Da Direcção Geral da Assistência por despacho do Secretário de Estado da Saúde e Assistência, com um novo estatuto, determinou que a instituição continuaria a funcionar em regime de internato, para pessoas idosas do sexo masculino, cegas e não cegas, podendo também vir a ter sector para cegos não idosos, e futuramente podendo haver internas do sexo feminino.
Em 22 de Junho de 1976, reuniram-se extraordinariamente no Salão nobre da Câmara, a direcção do Asilo dos Cegos, José Miguel Pardo Miranda, e além desta a direcção do Asilo Almeida e Sarzedas, Dr. Adolfo Lamayer Bugalho e a Comissão administrativa da Câmara para analisarem a fusão destas instituições. É extinto o Asilo Almeida e Sarzedas com a sua integração nesta instituição por despacho governamental datado de dez de Setembro de 1976.
De qualquer forma quando a integração foi solenemente instalada, em 1976, ainda não se havia elaborado os novos estatutos que teriam de ser adequados à legislação em vigor, particularmente de 25 de Fevereiro 1983, o Estatuto Das Instituições Particulares de Solidariedade
É impossível estabelecer a raiz e a evolução desta História, sem levar em consideração a importância da tiflologia no seio desta instituição. Na reunião de 17 / 09 / 1976, na Biblioteca Camões, em Lisboa, reunião marcada pela solidariedade, pela procura de soluções equilibradas, pelo respeito a substancialidade que confere o espírito tiflológico desta instituição, pelo desejo de reabilitar a mais valia ao deficiente visual, procurando encontrar a actividade a que no futuro esta instituição deveria se dedicar. Juntos nesta luta destacaram-se, entre outros, Drª Ana Bernardina Mimoso Alexandre, directora do Asilo dos Cegos, Frof. Agostinho da Silva (filósofo, poeta e ensaísta), e o Sr. José Branco Rodrigues. O que os mobilizava era o sentimento de quão prioritária era a tiflologia para a instituição, sendo pois necessário apoiar um projecto que se dedicava a esta actividade em cooperação com outros centros no país. 
Em 4 de Junho de1986, a direcção aprovou por unanimidade os novos estatutos desta Instituição que passou a denominar-se Fundação Nossa Senhora da Esperança, cujo texto integral se compões de seis capítulos e quarenta e três artigos
Com sede na rua Sequeira Sameiro na freguesia de s João Baptista da vila, do conselho de Castelo de Vide
É uma Instituição Portuguesa de Solidariedade Social, de inspiração cristã, de âmbito Nacional, constituída por tempo ilimitado.
Tem como fins e /ou promover actividades assistenciais nos campos da Tiflologia e da terceira idade. A assistência a terceira Idade, que é um dos fins da Fundação, como resultado da Integração do asilo Almeida e Sarzedas. 
Em 11 de Novembro de 1987, Pedro Manuel Salema Carvalho Cordeiro na qualidade de Director, considerando satisfeitas todas as condições técnicas e administrativas indispensáveis, deu entrada em vigor dos novos estatutos. Aqui começaram a ser comunicada a nova denominação a todas as instituições, órgãos do governo e serviços.
Identificamos assim a origem dessa Fundação nascente, que na sua obra e vida passaram por desdobramentos que deram origem ao Lar João Gonçalves Palmeiro novo.
Então, entidade com 147 anos de experiência no apoio aos mais carenciados, inicialmente como asilo / escola de cegos em Portugal, e hoje, com a vertente Lar Gonçalves Palmeiro Novo e o Lar do Convento.

VII _ O Lar João Gonçalves Palmeiro Novo

Como já foi citado, o Lar João Gonçalves Palmeiro Novo, nasceu num complexo momento de crise, quando, João Gonçalves Palmeiro Novo, na qualidade de presidente do Conselho da Administração do Asilo de Cegos, numa luta sem tréguas na defesa dos princípios defendidos pelo instituidor deste já secular Asilo dos Cegos, propôs um novo caminho para o desenvolvimento do assistencialismo em Castelo de Vide. 
Dando continuidade ao projecto do grande benemérito João Diogo Juzarte de Sequeira e Sameiro, com a mesma preocupação de minimizar o sofrimento, João Gonçalves Palmeiro Novo, assumiu uma posição em favor da defesa dos menos favorecidos, era extremamente humano.
Era o ano de 1968,quando João Gonçalves Palmeiro Novo assumiu a direcção, apesar do antigo Asilo dos cegos estar numa situação económica estável era discutível o seu trabalho enquanto centro de educação de cegos, mas este ainda era uma realidade e contava com a simpatia dos habitantes da vila pela causa da instituição, o que representava um conforto, um estímulo e uma esperança. 
O Sr Director Geral da Assistência em visita a instituição expôs a finalidade da existência deste Asilo, que deveria estar voltado para a educação e reabilitação dos cegos, no entanto, realçou a ineficácia e inoperância do mesmo em atingir a esses objectivos. O excelentíssimo Senhor abordou ao Presidente para uma próxima reunião afim decidir quanto ao destino deste Asilo. Já alvitrando com a possibilidade da extinção do mesmo.
 Em tal quadro Sr. João Gonçalves Palmeiro Novo poderia ter-se acomodado a uma condição secundária, e curvar-se a iminência de seu encerramento. Mas, entretanto, não foi o que sucedeu, continuou numa luta sem tréguas na defesa do Asilo. Volta a reunir-se com Sr. Director Geral da Assistência, argumentando na defesa dos princípios defendidos pelo instituidor deste já secular asilo dos cegos. É marcada nova reunião em Castelo de Vide com a presença de várias autoridades locais. Ainda na defesa da instituição enviou correspondência ao bispo de Portalegre apelando pela sua sensibilidade à causa. A sua argumentação vai ao encontro dos órgãos essenciais do governo, numa tentativa de convencer a todos e assegurar a permanência da instituição. Quando da Direcção Geral da Assistência, por despacho do Secretário de Estado da Saúde e Assistência, determina-se a permanência da Instituição que continuaria a funcionar no regime de internato para pessoas idosas do sexo masculino.
Quanto ao espaço físico, seriam inúmeras as citações e relatos de realizações de obras de adaptação e tentativa de implementar outras, na tentativa de solucionar as necessidades precisas para um bem-estar físico assegurado pela técnica para a permanência do Lar no antigo convento. 
Foi este momento preciso em que se definiu a necessidade de se construir um novo prédio e se definiram as linhas básicas de sua acção.
Desde a sua construção, o Lar João Gonçalves Palmeiro Novo implementou uma nova estratégia de promoção de assistências aos idosos visando reforçar a modernização e iniciou-se uma nova trajectória.
A partir daí uma tarefa arrojada para esta direcção com a construção do novo lar, assim como, num momento subsequente como equipá-lo, foi um duro realismo.
A maneira determinante como decorriam os trabalhos, com avanços e recuos, às vezes não tão satisfatórios como esperava, mostra o seu espírito de luta e disposição incansável nessa grande empreitada que era para durar.
O respeito pela melhor qualidade de vida dos utentes é o significado mais profundo, não escapando na sua trajectória a defesa dos valores morais, pretendendo superar as dificuldades e as perdas, reuniu forças e recomeçou.
O Sr. João Gonçalves Palmeiro soube mobilizar o que se pudesse denominar os órgãos influentes e retornar o domínio da instituição, dada a generosidade de seus propósitos.  
Esta foi uma transformação notável na atitude da FNSE nestas ultimas décadas e propiciaram uma nova perspectiva no tratamento dos problemas sociais Foi preciso adaptar-se às novas orientações, criou-se o Novo lar para a continuação e cumprimento dos desígnios traçados pelo instituidor. Com esta vertente, deste modo, o grande benfeitor reequaciona o legado deixado por João Diogo Juzarte de Sequeira e Sameiro, mas também dissolve os dilemas da crise, colocando em perspectiva o novo desígnio para a instituição, composto em grande parte pelos mesmos ideais, na medida em que procede numa atenta observação da realidade social, para dar continuidade à uma projecto com enorme densidade humana.
Abriu um novo capítulo na história da instituição e no desenvolvimento do assistencialismo em Castelo de Vide.
Um projecto de economia solidária, que gira em torno da ideia de solidariedade, dispondo de um elevado potencial para gerar riqueza e desenvolvimento, uma organização sustentável e, sobretudo gerando empregos duradouros, além de assegurar uma rede de apoio social com que contam as famílias da região e de todo o Portugal.
É uma história de luta e de êxito, hoje buscando os dias de ontem, as raízes para a FNSE continuar a crescer.

VIII _ Os Novos Caminhos da Fundação

Na Direcção da Fundação, João Palmeiro, no ano de 2008 começa com uma nova proposta, converteu-se no principal porta-voz de uma renovada política para a instituição acrescentando à mesma outros equipamentos. 
Um novo ciclo uma nova estratégia. 

Por Lúcia Maria Junqueira de Castro



Pesquisa

Newsletter

Para estar sempre a par das nossas novidades e eventos, subscreva a nossa newsletter.

Nome
Email

Notícias

28 de Setembro de 2018
Formação Online

08 de Agosto de 2018
Dicionário de Conceitos, Nomes e Fontes para a Inclusão: Humanizar a Vida em Cidadania e no Prazer Solidário de Existir

09 de Julho de 2016
153 anos fundação

10 de Outubro de 2015
Prémio BPI Sériores 2015

23 de Dezembro de 2014
Feliz Natal

Próximos Eventos

De momento não existem eventos a apresentar.

Contactos

Expanção do Bairro Muralha, nº 9
7320-102 Castelo de Vide

Website: http://www.fnse.pt
Telefone: +351 245 901 166
Fax: +3511 245 901 166
E-mail: fnsesperanca@sapo.pt